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Na celebração da memória do fundador da Companhia de Jesus, recordaremos a figura de Santo Inácio, o seu carisma e a grande atualidade dos Exercícios Espirituais
31/07/2020 às 13:56.
Vatican News
“Como Santo Inácio de Loyola, coloquemo-nos ao serviço do próximo”, esta é a essência da mensagem que Papa Francisco, o primeiro Pontífice jesuíta, escreveu no seu twitter, um ano atrás. O fundador da Companhia de Jesus era um homem que, antes do encontro com Jesus, amava o poder e a mundanidade, mas depois, com dedicação, estudo e ouvindo a Palavra de Deus entregou-se à sua vontade.
Em Roma, na Igreja de Jesus, onde se encontra o túmulo de Santo Inácio, o padre Jean Paul Hernandez o descreve como “um homem que dá preferência ao processo e a dinâmica”, “em saída” como Papa Francisco gosta de afirmar. “O centro do carisma do jesuíta – afirma – é a obediência que é a liberdade do coração. O jesuíta é um homem entregue a Deus que aplica um estilo: analisa a realidade na qual se encontra, aprofunda-a, reza e faz o discernimento”. Neste processo são fundamentais os Exercícios Espirituais, codificados na metade do século XVI, ainda hoje de grande atualidade. “Praticado não só pelos religiosos – explica padre Hernandez – mas também pelos leigos que se inspiram na espiritualidade inaciana e pelos irmãos ortodoxos”.
“O estilo do jesuíta faz com que cada um se especialize no âmbito ao qual é chamado – acrescenta o religioso – por isso nos dedicamos à nova evangelização, aos desafios do saber atual, mas também aos migrantes que representam a emergência dos nossos tempos”.
O Centro Astalli (Serviço dos Jesuítas para os Refugiados) que se encontra próximo da Igreja de Jesus em Roma, é uma das muitas respostas colocadas em campo pelos jesuítas, cerca de 17 mil presenças em 100 nações do mundo.
Nasceu em Azpeitia, região basca ao norte da Espanha, em 1491 e faleceu em Roma em 1556. Caçula de 13 irmãos, era destinado à vida sacerdotal, mas o seu desejo era a carreira militar. Foi a Castilha onde recebeu esmerada formação tornando-se exímio cavaleiro na corte do ministro do rei Fernando II de Aragão, o Católico. Ferido em batalha em 1520, foi obrigado a uma longa convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias – seus preferidos – Inácio começou a ler, com relutância, textos religiosos que o fizeram encontrar Deus.
Um momento que mudou a sua vida, levando-o mais tarde a fundar a Companhia de Jesus aprovada pelo Papa Paulo III em 1538. Por obediência ao Pontífice, Inácio permaneceu em Roma para coordenar as atividades da Companhia e para se dedicar aos pobres, aos órfãos e os doentes, a ponto de ser chamado de “apóstolo de Roma”. Seus restos mortais estão conservados na Igreja de Jesus.